Onde vejo seu sorriso...
Era uma bela manhã de primavera, e eu Maria Antônia, estava deitada em uma cama de hospital, com a única companhia de meus livros, a paz que preciso.
Tenho tudo que uma garota de 16 anos gostaria de ter: um computador, minhas próprias coisas, livros, meu quarto, meu namorado, minhas amigas e a mais preciosa família do mundo.Como queria que as coisas parassem por aqui, e que pudesse dizer que tudo é perfeito.
Sempre fui egoísta e exigente, hoje me arrependo-me. Descobri minha doença aos 15 anos, as tonturas, a fraqueza, o cabelo caindo. É leucemia foi a pior palavra que ouvi médicos falarem até hoje.
Foi nesse instante que percebi, o sofrimento começou. Sempre tive pessoas especiais em minha vida, mas nenhuma se comparava a Jorge Mateus, meu primeiro e único namorado. Eu definitivamente não deixaria ele sofrer comigo, nem me ver perder meu cabelo.
Uma semana depois, sabendo que tinha uma terrível doença e o câncer se confirmando, fui a casa de Jorge.Estava fraca e pálida, então chamei Mateus para uma conversa:
--Jorge não podemos ficar juntos, não gosto mais de você – falei contendo as lágrimas.
--Antônia, eu te amo, faz três anos que estamos juntos, não faça isso!
--É tarde demais.
Jorge não sabia de minha doença, e cada vez mais ela estava pior. Sai chorando de sua casa e fui fazer quimioterapia, mais fraca do que nunca.
Os dias passavam mais rápidos do que nunca, eu via meu cabelo cair, me sentia fraca e enjoada, mamãe fazia tudo para alegrar-me, mas o buraco que tinha em meu peito era chamado amor. As lágrimas rolaram e peguei no sono.
Quando acordei,ele estava ali, Jorge Mateus, com flores,seus belos lábios sorrindo e seu cabelo totalmente raspado.
Assim que abri minha boca para falar, ele calou-me com um beijo e me disse:
--Um dia, eu vi de seus olhos brotarem lágrimas, agora eu vejo um sorriso, nunca esqueça: eu te amo.
Naquele momento eu senti,se morresse ali,seria a pessoa mais feliz do mundo.
É aconteceu.
Passado um ano e meio de quimioterapia e sofrimento Antônia morre aos seus 17 anos.
Dias depois, Jorge foi encontrado morto, por overdose de remédio e um único bilhete: ”Um dia vi lágrimas... Hoje vejo sorriso. Desculpa mãe mas, nunca vou deixar minha menina”.
“O amor supera tudo!”
Narração escrita pela aluna: Natália Fonseca.
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